Entre o fazer útil e o pensar inútil

Segundo a sabedoria popular “O trabalho dignifica o homem” e “cabeça vazia é oficina do Diabo”. Frases como essas marcam o pensamento das pessoas, indicando que estar ocupado é importante e fortalece o caráter. E o que é melhor do que o trabalho para ocupar as pessoas? Trabalhos que exijam atenção e concentração, gerando bens ou serviços bem visíveis, parecem garantir que o indivíduo seja “valoroso” para a sociedade. Ponto para as “formiguinhas”, pessoas que trabalham até o fim para o bem comum sem questionar. Nesse sentido, pensar pode ser bastante negativo, já que exige das pessoas um ócio que faria delas inúteis, “não fazendo nada produtivo”.
Porém, pensar não é interdito nesse cenário, se reservando à certo grupo privilegiado e ficando os outros indivíduos encarregados apenas de “por em prática” as ideias vindas do pensamento brilhante dos comandantes.
Esse modo de entender o papel de pensar é enganoso, pois assume que ele é como construir uma parede: basta juntar elementos em uma sequencia lógica e conhecida que chegará ao resultado previsto no inicio. Ledo engano! Pensar dessa forma ou delegar para um único grupo a possibilidade de pensar e discutir sobre o mundo causa danos sérios mesmo a sociedade do fazer útil, já que a dependência do pensamento iluminado de um grupo, a exclusão de indivíduos de grupos socialmente diversos do estudo especulativo e a crença de que apenas aquilo que resulta em algo palpável e mensurável tem valor e deve ser financiado limita as possibilidades de inovação, de transpor desafios e de alcançar bons níveis de desenvolvimento econômico, social, técnico e humano.
Qualquer proposta que vise enfraquecer o “pensar inútil” na verdade deixa o “fazer útil” mais burro, pois limita-o ao já conhecido, pensado e aplicado, sem contar do risco à Liberdade. O gosto pelo conhecimento especulativo, reflexivo, pela descoberta e pela observação tem mais impacto na sociedade do que levas de indivíduos tolhidos da sua capacidade de pensar livremente, bem alinhados em linhas de montagem ou como peças humanas integradas à sistemas tecnológicos, portadores de Inteligência Artifical o qual busca, hoje, aprender e refinar sua capacidade de abstração diante do mundo que lhe é dado. Estaremos entregando às maquinas nossa capacidade de refletir, assumindo então a sua posição de “repedidores de ordens”? A pensar, não?
Entre o fazer útil e o pensar inútil

Segundo a sabedoria popular “O trabalho dignifica o homem” e “cabeça vazia é oficina do Diabo”. Frases como essas marcam o pensamento das pessoas, indicando que estar ocupado é importante e fortalece o caráter. E o que é melhor do que o trabalho para ocupar as pessoas? Trabalhos que exijam atenção e concentração, gerando bens ou serviços bem visíveis, parecem garantir que o indivíduo seja “valoroso” para a sociedade. Ponto para as “formiguinhas”, pessoas que trabalham até o fim para o bem comum sem questionar. Nesse sentido, pensar pode ser bastante negativo, já que exige das pessoas um ócio que faria delas inúteis, “não fazendo nada produtivo”.
Porém, pensar não é interdito nesse cenário, se reservando à certo grupo privilegiado e ficando os outros indivíduos encarregados apenas de “por em prática” as ideias vindas do pensamento brilhante dos comandantes.
Esse modo de entender o papel de pensar é enganoso, pois assume que ele é como construir uma parede: basta juntar elementos em uma sequencia lógica e conhecida que chegará ao resultado previsto no inicio. Ledo engano! Pensar dessa forma ou delegar para um único grupo a possibilidade de pensar e discutir sobre o mundo causa danos sérios mesmo a sociedade do fazer útil, já que a dependência do pensamento iluminado de um grupo, a exclusão de indivíduos de grupos socialmente diversos do estudo especulativo e a crença de que apenas aquilo que resulta em algo palpável e mensurável tem valor e deve ser financiado limita as possibilidades de inovação, de transpor desafios e de alcançar bons níveis de desenvolvimento econômico, social, técnico e humano.
Qualquer proposta que vise enfraquecer o “pensar inútil” na verdade deixa o “fazer útil” mais burro, pois limita-o ao já conhecido, pensado e aplicado, sem contar do risco à Liberdade. O gosto pelo conhecimento especulativo, reflexivo, pela descoberta e pela observação tem mais impacto na sociedade do que levas de indivíduos tolhidos da sua capacidade de pensar livremente, bem alinhados em linhas de montagem ou como peças humanas integradas à sistemas tecnológicos, portadores de Inteligência Artifical o qual busca, hoje, aprender e refinar sua capacidade de abstração diante do mundo que lhe é dado. Estaremos entregando às maquinas nossa capacidade de refletir, assumindo então a sua posição de “repedidores de ordens”? A pensar, não?

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