Dilma, não mexa nos impostos! (versão estendida)
Sexta feira (31 de maio) foi publicado no jornal “O Popular” uma pequena reflexão minha sobre as desonerações de impostos no país.
Hoje estou colocando aqui a versão “estendida”, sem o limite de toques que o jornal impõe. Espero que curtam
Dilma, não mexa nos impostos!
Pode parecer incoerente, ou profundamente insano, mas o pedido acima é o que parece ser mais correto a ser feito nessa questão atualmente.
Não que seja pouca a taxação que é feita diretamente na fonte, nem mesmo que seja pequena a parcela gasta com impostos na compra de itens essenciais no cotidiano do brasileiro, seja ele pessoa física ou jurídica.
Diga-se de passagem, os pequenos empreendedores são aqueles que mais sofrem com a cascata de impostos que lavam seus lucros e retiram dessas empresas, as que verdadeiramente sustentam o dia a dia da economia nacional, o mínimo para competir com os grandes conglomerados nacionais ou estrangeiros, do mesmo modo que o indivíduo fica espremido entre tantas siglas que lhe sugam os parcos rendimentos.
Mesmo assim, é importante pedir que não se altere nada nos impostos, pelos efeitos das medidas já tomadas pela federação brasileira nesse quesito.
Os impostos têm como função única e exclusiva sustentar a estrutura governamental. Normalmente lembramos disso quando vemos políticos embolsando milhões ou denuncias de nepotismo, cabides de empregos ou escândalos similares. Mas esquecemos que eles também sustentam as redes de proteção social, os serviços básicos – que mesmo sendo deficitários, existem e fazem diferença no cotidiano das pessoas – como médicos, ambulâncias, escolas, coleta e destinação do lixo e mesmo os serviços administrativos, tão criticados mais ainda sim necessários.
É fato que esses serviços não são os melhores que se podem ter com o volume de recursos que podemos direcionar para eles por conta do montante de impostos pagos. Mas esse é um problema mais da forma com se lida com os recursos públicos do que com os serviços em si. O Estado brasileiro é patrimonialista e calcado nas relações de compadrio. As falhas advindas dessa visão apresentam-se no noticiário e mas relações, mas ainda sim cabe pedir que não se mexa nas alíquotas de impostos. Isso justifica-se pela percepção do cidadão comum, que mesmo sem voz na grande mídia, faz suas reflexões nas pequenas relações. O governo abre mão de seus “ganhos” mas os consumidores não sentem a “desoneração”. Desde massas, como pão e macarrão, passando por bens tecnológicos, como celulares e automóveis, até mesmo serviços, como o transporte urbano de passageiros, ganharam isenções que não se reverteram efetivamente em baixa de preços. E o pior: algumas empresas ainda zombam do consumidor, falseando a percepção de baixa de preços, anunciando descontos inexistentes.
Os impostos sendo recolhidos pelo governo ao menos possibilitam a população saber de quem cobrar. Na atual configuração, além de enfraquecimento do poder público – que fica com ainda menos recursos para fazer o que lhe compete – a população e os pequenos empresários muitas vezes nem percebem essas mudanças, ficando com “cara de bobo” diante de indivíduos que se sentem livres para engordar seus ganhos com o “presente” dado pela federação, duplamente como o nosso dinheiro.
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