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A igreja e a realidade

Olá, gente….
Não sou muito afeito a ficar entrando nesses assuntos, por acreditar que ele é "foro intímo", mas como ele anda em voga, foi fala:
Que coisa estranhissima é a posição de alguns sacerdotes da Igreja Católica (que feliz ou infelizmente estão nos cargos mais proeminentes dessa instituição) em relação ao caso de Pernambuco (são sabe sobre o que eu estou falando? É sobre o estupro e a gravidez de uma criança de 9 anos…).
Esses senhores (ou seria melhor senhôres para mostrar o arcaísmo de pensamento deles) excomungaram – ou seja, fizeram com que perdesse o direito a entrar na Igreja Católica e, através dela (pois ela crê que só através dela se chega a Jesus e a Deus) – tanto a mãe que autorizou quanto a equipe médica que realizou o aborto. Mas o "nobre senhor" que fez a "arte" com a menina não foi excomungado, pois "não é a punição a ser aplicada no caso" disse um bispo da CNBB. Que loucura é essa: Quem tenta ajudar a vítima é punido e o criminoso fica "longe dos holofotes"?
Antes de apontar o dedo e acusar, devemos pensar por que as coisas acontecem – mas vou ser sincero: isso que temos visto no caso é ridículo – A Igreja se pauta ainda em preceitos muito nobres, de proteção a vida e a dignidade, mas esquece que a vida se expandiu, que hoje temos uma vida muito diferente de 100 ou 200 anos atrás. No século X, engravidar com 12 anos era normal, afinal só se vivia até os 35 ou 40 anos mesmo. Mas hoje, podemos nos dar ao luxo de estender a infância e a adolescência, cuidar do corpo e da mente e criar condições onde efetivamente podemos viver com dignidade e protegendo a viva humana (e do planeta também).
O aborto não é, nem pode ser encarado como se fosse, método contraceptivo. Um caso desses é muito singular. Mas não se pode crer que "Deus quis" que uma menina violentada aos 9 anos gere uma vida. E é mais difícil ainda imaginar que essa menina possa ter por essa vida o zelo que é necessário. A mãe e os médicos estão errados? Ou seria o padrastro-animal que não consegue manter as calças abotoadas diante que qualquer "possibilidade sexual"? A igreja deveria defender quem nesse caso?
Quando o presidente fala que o estupro é "degradação da sociedade" e que quanto católico ele se vê preocupado com a atitude da igreja, ele fala como cidadão. Quando ouve como resposta que deve "procurar um teólogo de sua confiança" ele é tomado por presidente mesmo, e fazendo isso a CNBB tira a possibilidade das pessoas comuns (eu, você, a D. Maria devota de N. Sra. Aparecida ou o Seu João evangélico) de refletirem sobre o assunto, pois não teriamos "teólogos de confiaça" a mão – ou os padres cumpririam de fato esse papel?

Se, de fato, o Papa Benedito XVI (ou Adolfito I) quiser manter a influência da Igreja Católica, deverá pensar na possibilidade de alguma "modernização" de suas atitudes… esse é um bom momento. Até por que segundo um estudo, acreditar em Deus reduz a ansiedade e o estresse

Givaldo Jr.
educador e historiador
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